Postado originalmente em 9 de julho de 2020.
Recentemente, de maneira não intencional, tenho voltado às minhas raízes. Nos últimos 7 ou 8 anos eu mudei completamente muitas vezes, meu mundo virou de cabeça para baixo, mas hoje eu volto ao lugar que comecei. Acho que era assim que tinha que ser. Desde cedo eu sabia o que queria, mas mudei de ideia por vontade do destino e deixei a ideia original de lado para que eu pudesse me preparar para isso sem nem me dar conta.
Oito anos atrás eu estava no ensino médio, lendo Crepúsculo e Harry Potter durante a aula, sonhando em um dia ser escritora, me preparando para o vestibular, pretendendo cursar jornalismo, me disseram que eu precisava de um plano B. E precisei. Escolhi no uni-duni-tê aquele curso que parecia mais empolgante comparado aos outros da lista, justamente a matéria que eu tinha dificuldade na escola. Foi lá que eu aprendi do que sou capaz, foi lá que eu levei tombos e aprendi a me levantar, foi lá que eu aprendi a ser responsável de verdade e foi lá que eu descobri que peixe não sobe em árvore. Logo no início dessa jornada eu tive a opção de seguir pelo caminho que eu queria inicialmente, ao receber uma bolsa para cursar a tão sonhada faculdade de jornalismo. Neguei, mesmo estando no fundo do poço, reprovando em quase todas as cadeiras, decidi continuar pois aquela era uma batalha que eu queria vencer e sabia que não teria condições de lutar em duas batalhas ao mesmo tempo. Vença esta, se prepare e fique mais forte para a próxima. No meio do caminho, por algum motivo, decidi que não, essa profissão era suficiente. Eu poderia fazer isso, ter uma boa vida. No entanto eu sabia que não queria seguir carreira acadêmica nesta área, por mais que eu me esforçasse, sabia que estaria forçando meu cérebro a fazer uma coisa que ele não aguentaria. O peixe ia continuar tentando subir na árvore.
As coisas ficaram um pouco nubladas por um tempo, mas na hora certa o sol apareceu, iluminando o oceano, e eu, o peixe, pude ver com clareza que seria muito mais feliz nadando, fazendo algo natural para mim. Hoje, aqui estou, me atirando no oceano onde sei que é meu lugar, buscando aprender a nadar melhor e buscando outros peixes para me fazer companhia. Tentando retomar o hábito da leitura há muito perdido (eu não tinha tempo de ler já que estudar me consumia, e fui deixando de lado), buscando aprendizado e praticando o nado. Ao pintar a imagem do meu sonho, me dou conta e como ela é parecida com a imagem do sonho de anos atrás. É por isso que eu acredito em destino: se não tivesse mudado de caminho, não estaria onde estou hoje e não teria a bagagem que considero necessária. Se a minha visão está correta, as coisas que eu almejo alcançar e o que acredito estar destinada a fazer não seriam possíveis sem as coisas que eu vivi até aqui. Por que estou escrevendo tudo isso? Sei lá, acho que autoconhecimento faz parte do nado.
É uma nova jornada que se inicia, expectativas existem e preciso me lembrar constantemente de não me cobrar demais. O blog está começando a tomar forma em minha mente, planejamentos estão sendo feitos, conhecimento está sendo buscado e minha voz está sendo procurada, mas por um momento esqueci uma frase de uma música que sempre carrego comigo: você não precisa saber tudo quando é um iniciante (Beginner, JKT48). Por um momento, hesitei sobre o que escrevi porque não se parecia com o que eu tinha em mente quando comecei a escrever. Mas então eu me lembrei porque eu dei este primeiro pequeno passo: para encontrar minha voz. É verdade, meu estilo ainda não está tão bem definido como por um momento eu achei que já deveria estar. E tá tudo bem. Eu só vou continuar nadando, e te convido a nadar junto comigo. Aproveite a jornada!
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